antinomia

...usado como sinônimo de paradoxo ou como uma classe especial de paradoxos: os resultantes de uma contradição entre duas proposições, em que cada uma delas é racionalmente defensável. Impulsionados pelas múltiplas contradições que julgamos racionais, sendo sempre mais ou menos passionais, somos nós ANTINOMIA.

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Location: São Paulo, SP, Brazil

Ex-futuro físico, publicitário metido a músico. Um cara que curte, toca e canta rock e que tem vivido de escrever.

Thursday, May 27, 2010

Relembrando os idos de 1999 - IFGW

Vídeo muito bom do Nuno Rocha.

3x3 short-film
http://vimeo.com/6761817

* IFGW - Instituto de Física Gleb Watagin, Unicamp

Wednesday, May 26, 2010

O vendedor de palavras

Um texto MUITO bom, guardado há tempos nos meus arquivos.


O vendedor de palavras

Fábio Reynol

Ouviu dizer que o Brasil sofria de uma grave falta de palavras. Em um programa de TV, ele viu uma escritora lamentando que não se liam livros nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome de batismo, como qualquer doença grande, "indigência lexical". Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma idéia fantástica. Pegou dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar espaço entre os camelôs.

Entre uma banca de relógios e outra de lingerie instalou a sua: uma mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia: "Histriônico — apenas R$ 0,50!".

Demorou quase quatro horas para que o primeiro de mais de cinqüenta curiosos parasse e perguntasse.

— O que o senhor está vendendo?

— Palavras, meu senhor. A promoção do dia é histriônico a cinqüenta centavos como diz a placa.

— O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas. Palavras são de todos.

— O senhor sabe o significado de histriônico?

— Não.

— Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas já têm ou coisas de que elas não precisem.

— Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.

— O senhor tem dicionário em casa?

— Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e consultar um.

— O senhor estava indo à biblioteca?

— Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.

— Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o feijão e a alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas cinqüenta centavos de real!

— Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?

— Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá de jogá-la fora e o feijão caruncha.

— O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?

— O senhor conhece Nélida Piñon?

— Não.

— É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o País sofre com a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.

— E por que o senhor não vende livros?

— Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado, portanto eu as vendo no varejo.

— E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras, não enchem barriga.

— A escritora também disse que cada palavra corresponde a um pensamento. Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender uma palavra por dia, trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos novos pensamentos cem por cento brasileiros. Isso sem contar os que furtam o meu produto. São como trombadinhas que saem correndo com os relógios do meu colega aqui do lado. Olhe aquela senhora com o carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela carinha de dona-de-casa ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira. Olhou
minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade. Mas nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um dicionário em casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga. Suponho que para cada pessoa que se dispõe a comprar uma palavra, pelo menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos novos em um ano de trabalho.

— O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...

— Jactância.

— Pegar um livro velho...

— Alfarrábio.

— O senhor me interrompe!

— Profaço.

— Está me enrolando, não é?

— Tergiversando.

— Quanta lenga-lenga...

— Ambages.

— Ambages?

— Pode ser também evasivas.

— Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!

— Pusilânime.

— O senhor é engraçadinho, não?

— Finalmente chegamos: histriônico!

— Adeus.

— Ei! Vai embora sem pagar?

— Tome seus cinqüenta centavos.

— São três reais e cinqüenta.

— Como é?

— Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar para o senhor. Só histriônico estava na promoção, mas como o senhor se mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.

— Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?

— É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?

— Tem troco para cinco?

Thursday, May 20, 2010

De repente, São Paulo.

"De repente, Califórnia", do Lulu, não me saia da cabeça ontem.
Difícil entender porque! São Paulo não guarda lá muitas semelhanças com a Califórnia...
Dando uma olhada mais de perto na letra, acho que entendi:

"A vida passa lentamente
E a gente vai tão de repente
Tão de repente que não sente
Saudades do que já passou...

Eu dou a volta, pulo o muro
Mergulho no escuro
Sarto de banda
Na minha vida ninguém manda não
Eu vou além desse sonho"

É isso.

Sunday, May 16, 2010

Porque eu perdi a virada


Foi uma guerra entre mim e os aliados. Da esquerda pra direita: EUA, Alemanhã, Irlanda, Itália e Holanda.
Fodeu...

Friday, May 14, 2010

Um mês de Super

Hoje é dia de festa!
Niver do Beato, também conhecido como Papai, um dos proprietários da Super, e do Du Magalhães, Diretor de Criação.
Além disso, estamos, eu e a Noya (Aline Noya, redatora), completando um mês de Super.
Motivo para acreditar que as coisas estão andando pelo menos mais ou menos bem profissionalmente.
Pessoalmente, há uma enorme satisfação por parecer, enfim, ter achado meu rumo.
E sobre um mês em SP...
Ontem estive em Campinas e voltei com a sensação de que fui à toa. Mas não.
Além de ter confirmado a hipótese de que estou pagando por um diploma, também confirmei que não pertenço mais àquele lugar.
Algumas pessoas lá me fazem falta, mas seria bom que elas viesse pra cá. Ao menos de vez em quando.
Nunca diga nunca, né? Então, sem radicalismos, há uma grande possibilidade de eu não voltar mais pra lá, salvo nas necessárias visitas ao colinho da mamãe.
Já estou até esquecendo nomes de ruas...Tem muita rua e muitos caminhos pra guardar aqui, inclusive o do lugar onde compro Kit Kat.

Thursday, May 13, 2010

Tubaínas e walking bass

No comecinho da Hadock Lobo, número 70 e alguma coisa, até meio que escondido, está o Tubaína. Grandes recomendações da Ma Botter e da Lu Mônaco.
Fomos eu e o Amarula (aka Rafael Amaral) e sua digníssima Annelize (nome polonês, vale comentar) experimentar o famigerado chopp Colorado.
Para cumprir a promessa de 2 semanas atrás, de nos encontrarmos depois de quase 1 ano, invoquei a presença de meu brother Diogo Akio.
Ainda tenho muito, mas muito mesmo aonde ir e muita, mas muita coisa mesmo para descobrir por aqui, mas o Tubaína já é um dos meus lugares preferidos na terra da garoa.
O lanche de pernil é animal (meu amigo Zé Roberto Martins iria adorar) e não é sempre que se vê um cara cantar ao mesmo tempo que manda um walking bass no violão (e fazer isso bem).
Uma enorme variedade de tubaínas no cardápio. Refrigerantes de todo o Brasil, inclusive o Guaraná Jesus (MA) e um refri de Cola uruguaio.
Isso tudo num ambiente muito interessante, com uma decoração que vale a pena conferir.
Destaque para o desenho do Gênius da Estrela no lustre.
Recheando isso tudo estava o papo de alto nível com grandes amigos e a surpresa de encontrar a Tati, que por vezes sofreu comigo nas mãos do mesmo carrasco do terceiro setor.
Só faltou mesmo meu amigo Marlboro e sua esposa que eu não lembro o nome (hahaha) para matarmos saudades de Catanduva tomando um Cotuba, tubaína de São José do Rio Preto.
Já diria o Samê, me sacaneando: "Sampa é foda". Estou descobrindo que é foda mesmo!

Monday, May 10, 2010

O rodeio não rodou!

Devia ter rodado.
Pessoalmente, acho rodeio por si só uma estupidez. Em se tratando do de Jaguariúna, tenho problemas pessoais mesmo.
Primeiro porque eu detesto, e isso já seria motivo suficiente. Mas também porque conheço de perto pilantras de marca maior que lucram muito com esta festa e, motivo óbvio, o acontecido na edição anterior.
Gosto muito de repetir isso, às vezes à exaustão, mesmo com as controvésias acerca da autoria, mas certo estava Charles Degaule: "o Brasil não é um país sério".
Informações exclusivas, das internas, que não posso divulgar por conta da confidencialidade de alguns pontos, me deixam um pouco mais tranquilo com relação à parcela de culpa do nosso judiciário. Mas há rabos presos demais e a história, pra mim, tá muito mal contada.
A estupidez mór é o fato (bizarro) de a festa constar do calendário cultural oficial do estado. Isso enquanto a "galera da facul", outrora a potencial elite intelectual brasileira, não sabe quem são Adoniran Barbosa, Cartola ou Ná Ozzetti.
Bom... Meu visto foi aprovado. Já é um começo.

Tuesday, May 04, 2010

A liga... sem liga.

Não tinha mesmo grande expectativa com relação ao programa "A Liga" da Band.
Já suspeitava que seria dado um tom "Proteste Já", do CQC, mas não imaginava que seria esse exagero.
Acho ridícula e absolutamente ineficaz a tentativa de pseudo-jornalistas se passarem por heróis da sociedade.
Uma coisa seria mostrar a realidade dos moradores de rua. Essa é cruel e é realmente imperativo que seja feito algo.
Outra coisa bem diferente é a tentativa de, através de ironias mal colocadas, sugerir que cidadãos comuns têm obrigação de ajudar dando dinheiro, comida ou abrigo.
Forçação de barra.
Um momento específico do programa resume minha impressão. Quando os meninos de rua do RJ entraram em um restaurante para pedir comida e, como era de se imaginar, não conseguiram, a "reporter" olhou pra câmera e disse em tom de irônico: "Mais um RESTAURANTE NEGANDO comida".
Um programa que se diz jornalístico ou algo próximo disso não pode mostrar a realidade com um ponto de vista tão ingênuo e superficial assim.
Que fique claro que eu não sou contra ajudar e, na medida do possível, não tenho preconceito contra pessoas que moram na rua.
Mas sejamos francos. Nós temos medo de ser assaltados e não entramos num estabelecimento se tem um mendigo dentro e, se possível, mudamos de calçada pra não passar nem perto dessas pessoas. Fazemos todo o possível pra evitar mendigos e pedintes e fechamos a janela do carro no semáforo.
Sendo ainda mais franco: O problema não é nosso!
Cuidar dessas pessoas é um problema do poder público. É assim o nosso sistema capitalista democrático.
Ok. O sistema não funciona... Mas isso é só mais uma prova de que o o buraco é mais embaixo. A discussão é séria e deve ser travada com seriedade. Não é um comediante aspirante a jornalista vestido de morador de rua que vai dar as bases para tal debate.
O programa não citou em momento algum questões relacionadas ao governo, os programas de inclusão social e suas falhas!
Louvadas sejam as instituições que, com seriedade, tentam cobrir lacunas deixadas pelo poder público.
Infelizmente eu também posso citar algumas dessas instituições (por conhecer uma bem de perto) que se aproveitam dos mecanismos legais pra enriquecer uma meia dúzia de pilantras.
Enfim. Como já disse, não dá pra tratar o assunto superficialmente e a superfície é o mais profundo que um post num blog despretencioso é capaz de tocar.
Aceito convites para uma breja num buteco se alguém quiser discutir o assunto.

Detalhes técnicos sobre o programa:
Edição ruim, sonorização lastimável, texto péssimo. Parece que foi feito na correria.
Não é só na política que estamos bem atrás dos ditos "países desenvolvidos".

The island hasn't finished with me...

Parece que eu consegui sair da ilha, mas "the island hasn't finished with me".
Ô, enrosco!
É difícil a gente se livrar de certas coisas.
Mas quando há necessidade, o lance é "manter a mente esperta, a espinha ereta e o coração tranquilo". Bola pra frente.
"Descendo a Serra" é uma música dos Engenheiros do Hawaii que fala algo que acho que explica esse sentimento.
Quando não há nada mais para se dizer você sabe que não vai voltar. E aí fica mais difícil partir. E dá essa sensação de que você ainda não resolveu tudo o que tinha que resolver.
Que nada. É apego mesmo. O ser humano tem disso.
Eu não tenho nada mais pra dizer.

"É sempre a mesma história
É tão difícil partir
É sempre a mesma história
É impossível ficar
É sempre mais difícil dizer adeus
Quando não há nada mais pra se dizer

É muito mais difícil dizer adeus
Quando não há nada mais pra se dizer"

Sunday, May 02, 2010

Chavão, eu sei...

Cheguei a São Paulo há pouco, depois de mais um fim de semana em Campinas.
Já já vou jogar uma sinuquinha e, enquanto espero, tava fazendo um som no Di Giorgio que aconteceu de estar encostado aqui na casa do Amaral.
Lembrei de "Sampa" (Caetano e Gil) e toquei. Merece um post tipo "diário", né?
Engraçado... Rolou uma relação com a música (com essa, em especial) que nunca tinha rolado comigo. Acho que é tipo ouvir "New York, New York" em Nova Yorque. Agora preciso passar na Ipiranga com a São João.
Descobri hoje também que é lá o bar da Brahma. Gostaria muitíssimo de ir na companhia de meus grandes amigos Marlboro e Zé Roberto. Vou fazer o convite.
Ainda não tive a oportunidade de fazer nada muito significativo além do trabalho por aqui, mas tem muito que me aguarda. Só essa semana: Noel Rosa, o poeta da vila e seus amores; Alice, de Tim Burton, no Imax do shopping Bourbon; e uma breja em algum boteco bacana com o Akio.
Depois conto as experiências.