Brecht

Muito próximos que estamos do dia 29, ou seja, do segunto turno das eleições presidenciais, depois de muito discutir com pessoas que insitem em não enxergar que não fazem parte dos 5% que dominam economicamente nosso país, e depois de não conseguir discutir com pessoas que têm 'preguiça' de ler algo a respeito de um dos candidatos ao cargo máximo no nosso país, só me resta postar esses links aos que concordam com Bertold Brecht. (em seguida, o texto de Brecht ao qual me referi especificamente)

http://viomundo.globo.com/site.php?nome=MinhaCabeca&edicao=341

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/394501-395000/394778/394778_1.html


O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Que que foi, que que foi, que que há?!

Já dizia Seu Madruga: "Nenhum trabalho é ruim... Ruim é trabalhar!"
E também dizia uma das pessoas mais sábias e com mais experiência de vida que já conheci, meu mestre Hilton 'Gogô' Valente: "Nunca trabalhei na vida! A palavra trabalho vem do latim 'tripalium'. Tripalium é o nome daquele tridente utilizado pelo lavrador da idade média para obrigar o gado a 'trabalhar'!
Continuo fazendo minhas as palavras do Gogô:
Tudo que fiz na vida foi por gosto! Nunca 'trabalhei', pelo sentido original, e pretendo nunca trabalhar!
Encontrei-me com um dos meus fornecedores hoje. Fui pegar umas peças... Ele perguntou espantado: "trabalhando de sábado?!"
Não, Bérgamo... Não trabalho...
Por isso, podem continuar com o preconceito... "Você só toca ou trabalha também?!"
Minha vida não se resume em tocar! Há muito mais na profissão de músico do que 'tocar'. E fora isso, ainda tenho meus outros projetos e minhas outras ocupações! Mas também não trabalho! Vocês que 'trabalham', cuidado com o coração! E usem filtro solar!

Pairando na massa:
"Não, não passa o tempo
Ao menos para mim
Eu tomo comprimidos
E sigo sem dormir
Vejo tantos portos
Não há onde atracar
Já não existem laços
Alguém cortou trac-trac-trac"

Comentando o comment

Não tinha a intenção de postar hoje... É domingo! Domingo me deprime, como os feriados também. Não sei se é o fato de, normalmente, ter trabalhado as duas noites anteriores... Ou se é porque todo mundo encara o domingo como domingo (?!) e eu acabo tendo que trabalhar de um jeito ou de outro... Ou se é por outra coisa aí que... bom... deixa quieto...
Então... Não tinha a intenção de postar hoje... Infeliz ou felizmente o blog não tem formato de forum. Infelizmente pq assim não dá pra os posts com teor políticos e outros que estimulem discussão serem discutidos de maneira mais prática. Felizmente porque evita que entre na discussão quem não é capaz de tecer argumentos capazes e fortes.
Meu último post recebeu um comment de duas garotas que, pelo que parece, usam bastante o metrô de São Paulo, mas não têm problemas pra gastar 10 centavos a mais numa viagem ida e volta de metrô. Importantíssimo lembrar que tem gente que tem!!!
Como diz Mino Carta: "Donos de Ferrari, isto é certeza, votam Alckmin." (http://z001.ig.com.br/ig/61/51/937843/blig/blogdomino/2006_10.html#post_18650960)

"Gui Pignata disse, em 15/10/2006:

Não sei se entendi exatamente o comment... Me parece que é uma exaltação ao metrô, certo? Bom... Se tivermos que votar em alguém em agradecimento pela maravilha (maravilha sem irônia! Tb acho fantástico) do metrô, os votos no Maluf estão sumariamente justificados, ou não? Meu post trata do confisco de direitos adquiridos pela classe trabalhadora, proletária... A mais necessitada... E se o caso é atribuir glórias ao governo do estado pelas melhorias no metrô, já que compete ao governo do estado cuidar DO ESTADO, me ocorre que Campinas, minha cidade, precisa tanto do metrô como algumas regiões de São Paulo que não o tem!"

Bom domingo pra todos, se é que isso é possível após uma sexta-feira 13.

De malas prontas

A amizade verdadeira supera diferenças políticas e ideológicas! Fato!

Garanto aos leitores que por trás das palavras ácidas que estão por vir e da frieza de 'emoções' escritas há muita provocação, ironia e diversão. As adversidades entre mim e meu futuro jornalista preferido ficam na política. É verdade que vão um pouco pro futebol também, mas em mares alvi-verdes a poeira nunca levanta muito...

Engana-se meu amigo se imagina que me coloco em posição 'Raoniana'! Assim como acho, apesar de ser chavão, que toda unanimidade é burra, pois naturalmente impede discussão e reflexão, também acho que o extremismo, na política ou no futebol, pode e vai fatalmente cegar! Prefiro uma posição mais centrista, ainda que por vezes pareça 'em cima do muro', como freqüentemente o é.

Meu último post (http://antinomia.blogspot.com/2006/10/pronta-e-sem-graa_06.html) conteve um texto de Elio Gaspari e a resposta que obtive foi http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2663 (LEIAM OS DOIS!!!)

Não tenho a intenção discutir as mentiras de Elio Gaspari. Não o considero dono da verdade. Já há muito tempo desisti de endeusar autores de todas as estirpes, quando me decepcionei profundamente com compositores renomados da MPB. Também não vou discutir o conteúdo do texto que recebi como resposta! Já no primeiro parágrafo mostra-se extremista demais. Elio Gaspari é jornalista e também há muito tempo já não acredito em jornalismo neutro e imparcial, simplesmente porque é feito por pessoas e pessoas não são imparciais! Otelc Onofre é advogado... O que acham? Devo levar a cabo o que ele diz?

Já que trata-se de combater a mentira, façamos isso lançando mão da verdade!

Estive em São Paulo há cerca de duas semanas e fiquei surpreso por não ter a opção de comprar o bilhete duplo do metrô com desconto, já que sempre havia sido assim. Foi isso que me chamou a atenção no texto de Élio Gáspari! Citou um fato que eu já havia comprovado! É verdade!

É verdade que nesse dia peguei metrô porque fui de ônibus pra São Paulo, porque é verdade que que se eu for de carro pra lá, pago mais que R$ 20,00 só de pedágio! Se for de carro pra Ribeirão Preto, por exemplo, gasto mais com pedágio do que com gasolina, que por sua vez já tá com o preço pela hora da morte!

É verdade também que tive uma amiga assaltada duas vezes em uma semana, as duas vezes na porta da sua casa! Se contarmos os assaltos sofridos por sua família NO MESMO BAIRRO em duas semanas o número vai pra 4! É verdade também que estive em Curitiba (olha lá! Isso é no Paraná!) mês passado por uma semana, andei de ônibus por praticamente toda a cidade, conheci e conversei com muita gente e não ouvi sequer um relato de assalto ou coisa que o valha no boca a boca, relatos esses que são mais fiéis. É verdade, então, que a segurança pública no estado de São Paulo está um caos. (Olha o PCC aí gente!!!)

Quem aí tem filho, parente, filho de amigo, etc, em escola pública? Já ouviram falar no sistema de progressão continuada? É verdade que o ensino público no estado está falido!

Alguém aí NÃO tem plano de saude e depende do 'postinho' pra ser atendido? Preciso comentar sobre como anda o sistema de saúde pública?

Oooopa! Tem razão... O governo federal tem lá sua parcela de culpa nos problemas do sitema de saúde, e aí, nesta reflexão, entra um pouco do 'centrismo' que comentei antes. Mas como bem observou a namorada do meu amigo, minha memória é excelente! Eu ainda lembro dos oito anos de tucanato que antecederam o lulismo! Lembro bem das privatizações, dos favorecimentos à Elite economica brasileira e do aumento da diferença social!

Meu voto não é exatamente pró-estrela vermelha, é sim contra a oligarquia burguesa daqueles que sem cerimônia se esquecem que deveriam ser pela Social Democracia.

Pronta e sem graça!

Tenho um amigo no Japão! Quem me conhece sabe...
É um dos grandes amigos da minha vida! Tá lá porque não teve outro jeito...
Trabalhando 12 horas por dia. Só trabalha e dorme... Nem sempre consegue dar uma navegada (termo que ninguém usa mais) pra se inteirar sobre o que se passa por essas bandas (particularmente, acho que ele nem deveria perder tempo com isso...)
Perguntou o que tinha dado nas eleições...
Contei dos resultados pro governo federal e estadual e no embalo fui contando das câmaras estadual e federal.
Fiquei com vergonha. Ele é muito amigo meu, não é um ser como tantos outros limitados intelectualmente. Conhece bem o nosso país. Tanto que teve que ir pra lá... E mesmo assim eu tive vergonha de contar pra ele o resultado das eleições pro legislativo...
Pedi pra ele adivinhar três nomes... Só três absurdos que serão encontrados nas câmaras a partir do ano que vem. Ainda pedi: “Quero dois federais e um estadual”
O primeiro chute, ate que óbvio, foi o Maluf... Mas quando falei que foi votação recorde acho que ele quase desmaiou...
Diante do absurdo, ele não viu nada demais em chutar o Collor... Aí quase teve um enfarte quando disse que esse será senador da república!
Quando falei do Clô e do Frank Aguiar já emendei o pedido de um lugarzinho lá pra mim!
Serio mesmo... Eu fiquei com vergonha...
Parecia que eu tava contando pra um estrangeiro e que a culpa era minha... Aliás, não sei não se não é!
Vergonha...
Já dizia José Simão, é o país da piada pronta! Concluo: pronta e sem graça!
Pra aliviar um pouquinho a culpa que estou sentindo, fica aqui um texto pro pessoal refletir até dia 29.

Alckmin, candidato para quê? Para nada
Elio Gaspari

O grão-tucano Geraldo Alckmin acredita que seu desempenho como candidato a presidente mudará de qualidade a partir de 15 de agosto, quando começa o horário gratuito na televisão. Pode ser, mas isso não muda o fato de que até agora, com três meses de exposição, Alckmin encarna um desastre partidário, administrativo e individual.
O desastre partidário antecede ao aparecimento de sua candidatura. Ele ocorreu em julho do ano passado, quando o grão-tucanato acreditou que poderia denunciar as malfeitorias petistas sem prestar contas da relação de seu presidente, Eduardo Azeredo, com as arcas de Marcos Valério. Deram ao PT o direito de dizer que “somos todos iguais”. Acreditaram que, baixando a bola da estrela vermelha, o resto viria por gravidade. Não veio. (É de justiça reconhecer que FFHH jamais acreditou nessa bobagem.)
O desastre administrativo explodiu nos dias trágicos do colapso da segurança pública em São Paulo. Como diria Leonel Brizola, isso era coisa que vinha de longe. Alckmin é caso único de governante que, depois de confiscar um desconto nos transportes públicos de uma cidade, espera eleger-se com os votos de seus habitantes.
Em janeiro do ano passado, o doutor tungou um rebate de 10% que o Metrô de São Paulo dava aos usuários que compravam dois bilhetes. Além disso, comeu metade do bônus oferecido a quem comprava dez passagens. Mordida de R$ 1 para cada vítima. Isso enquanto foi governador. Sendo candidato a presidente, deixou o Estado com o vice Cláudio Lembo, que acabou de vez com o alívio. São medidas demófobas e retrógradas.
Os metrôs de São Paulo (estatal) e do Rio (privado) correm o risco de se transformar nos últimos do mundo a trabalhar com tarifas burras.
O sistema de Nova York, por exemplo, cobra US$ 2 pelo bilhete, mas oferece diversas modalidades de descontos. Quem compra um cartão de US$ 10 ganha uma viagem grátis.Para o usuário que vai e volta do trabalho todos os dias úteis, o metrô de Alckmin cobra R$ 105 (US$ 46) mensais, sem choro nem vela. Coisa de cidade rica. Em Nova York, burgo de miseráveis, esse mesmo trabalhador paga US$ 38 por um cartão que lhe permite viajar quantas vezes quiser, durante um mês. Lá, houve um choque de gestão. Cá, há o choque de burrice.
O desastre individual de Alckmin ocorre quando se percebe que o doutor já vestiu gibão de couro, comeu churrasco de bode, foi barrado em cercadinho VIP de forró, mas ainda não conseguiu enunciar uma só idéia que fosse boa e nova. Pior: nem ruim e velha. Nada. Repete platitudes até quando insulta seu adversário. Isso num cenário em que o PSDB assiste à erosão de redutos eleitorais significativos. Cada pesquisa indica novos e dolorosos rombos na rede eleitoral tucana.Os próximos meses serão duros para Geraldo Alckmin. E duros serão também para a choldra que terá que ouvi-lo. Isso porque, seja qual for o assunto, o doutor dirá:
“Esse problema precisa de estudo e firmeza. Devemos avaliar cada etapa do processo e avançar com passo seguro e determinação. Façamos o que ensina Anatole France: se a idéia é boa, copie-a. Eu acrescentaria: se não for boa, não a copie.”
Como escreveu o poeta Ascenso Ferreira:
- Para quê?
- Para nada.

IEF

Professor Paulo Justi tinha razão...
Professor Paulo Justi tinha razão em quase tudo o que dizia! Foi um dos melhores professores que tive no IA (Instituto de Artes - Unicamp).
O curso tá acabando e um dos assuntos preferidos dos 'possíveis concluintes' é quais professores foram bons, quais não foram, quais tentaram ser... As presepadas infelizmente comuns dos doidos que sei lá por que tiveram autorização de lecionar lá...
Paulo Justi, excelente fagostista (alguém aí que não é músico sabe o que é um fagote?!), me deu aula de Introdução à Estética e Fiolosofia.
Freqüentemente abandonava o programa da disciplina e punha em discussão algum assunto polêmico ou reflexivo da atualidade. Exercício filosófico... (alguém aí que não seja artista ou filósofo tem isso como costume?!)
Uma vez comentou sobre o "Você vai se emocionar!" das chamadas das novelas da globo!
O professor sustentava, com argumentos aos quais fui simpático, que a emoção é ruim pra nós!
Estranho, né?! Pois bem... E todas aquelas reações fisiológicas relacionadas às emoções?! São realmente agradáveis?
Paulo Justi tinha razão...
Pelo menos eu concordo com ele... Não tem nada de bom em se emocionar!
A gente sai dos eixos, perde o controle! Na melhor das hipóteses só chora! Dá taquicardia, sudorese, tremor...
Não estou sugerindo que sejamos vulcanos (Star Trek), completamente sem emoções! Mas daí a assistir um programa com o intuito de sofrer com a morte da mocinha?! Peraí, né?
A emoção virou moeda de troca! "Você vai se emocionar!"...
E aí a dona de casa, enquanto se emociona, não tem reflexoes filosóficas! E o Clodovil, de mãos dadas com o Maluf, vai pra câmara!
Tá bom... É outro assunto...
Onde eu quero chegar é onde chegamos naquela fatídica aula:
Música não emociona. A pessoa que se emociona com a música! Música é som, ondas sonoras. É físico, mecânico! É assim a partir do momento que sai da cabeça do artista e vai pras mãos, ou pras cordas vocais.
Não se trata do músico aqui vendo a música como o coveiro vê o defunto! É só a constatação de que a música tem somente a intenção de dizer alguma coisa e atingir esse objetivo depende de quem ouve! Esse assunto pode ir muito longe... Mas é isso...
É... Os músicos tem sim uma maneira diferente de ver a música, mas nem sempre é uma maneira exata, fria e calculista. Nem sempre...
As vezes um músico se emociona com uma música também...
Eu as vezes ouço uma música e fico querendo tê-la composto, por dizer algo interessante, por rolar alguma identificação. Até mesmo, às vezes, por ter aspectos técnicos interessantes...
Hoje aconteceu isso.
Chico Buarque é um dos caras...
Recomendo ouvirem! Toda a obra. A de hj foi 'A Rita':

A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
O que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meus pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
O violão